Tenho sido muito incomodada pelo Senhor acerca desse assunto. Diferente do que pense, até o presente momento, minha nota em hospitalidade seria zero se fosse medida.
A hospitalidade deve ser um
dos frutos produzidos pela fé, uma vez que a falta dela prova o nosso
egocentrismo, nossa soberba, nossa preguiça e muitas outras coisas.
Nosso lar deve ser um local
onde as pessoas – tanto nossos irmãos na fé, como todos os que nos conhecem –
sejam auxiliados e encorajados em suas necessidades. Deve ser um ambiente onde
a generosidade seja plenamente exercitada.
A Escritura fala sobre
hospitalidade no antigo (Êx 22.21) e no novo testamento (Hb 13.1,2);
principalmente pela necessidade que havia na época de abrigar cristãos
viajantes (estrangeiros/forasteiros) que muitas vezes eram expulsos de suas
terras por seguirem a Deus. Pois, se não houvesse esse cuidado por parte de
outros cristãos muitos morreriam de fome ou por serem capturados.
Não abordarei a questão de
hospedar pessoas completamente estranhas em nossa casa, até porque em nosso
contexto atual, com a violência multiplicada, isso soa no mínimo “arriscado”. Falaremos
apenas da essência da Hospitalidade.
Lendo sobre esse assunto,
achei uma citação muito interessante.
O pastor Chade Ashby falando sobre hospitalidade* disse: Que Deus tem o hábito de fazer guerra com “armas estranhas”. Ele castigou o Egito com rãs, mosquitos e furúnculos. Ele derrotou o exército Midianita com as panelas de barro e tochas de Gideão. E por fim, derrotou o pecado utilizando-se de uma árvore (cruz). Por isso não devemos nos surpreender que ele nos convoque a pegar xícaras, talheres e guardanapos para trabalhar para o reino dele.
Não é incrível!? Deus faz com a
proclamação do evangelho e a edificação da igreja, aconteça onde estivermos e com
os recursos que tivermos.
Mas veja, a hospitalidade é
intencional!
Não se trata de abrir nossa
casa e dar lugar a murmurações, questionamentos maliciosos e conversas simplesmente
aleatórias.
Se trata de uma reunião
intencional, que no fim deve resultar numa edificação mútua.
Em um contexto social tão atarefado
é comum que depois de uma semana intensa de trabalho você queria focar na sua família.
Pegar seu carro ou um ônibus e simplesmente sair. O que não é nenhum pouco
errado. Mais você já pensou em usar um desses momentos para abrir as portas da
sua casa para abençoar outra pessoa?
Isso é tão difícil! Simples,
mas difícil!
Uma série de desculpas vem a
nossa mente. Isso porque a hospitalidade não tem haver apenas com abrir nossa
casa, isso é a consequência final. A hospitalidade primeiramente começa pelo
amor ao próximo. E isso, caro leitor, não é algo que habita em nós naturalmente,
isso na verdade vem com muita oração. A hospitalidade é sim um dever cristão,
mas o amor pela hospitalidade não é um dom natural. Somente pela oração Deus
inflamara nossos corações com um amor intenso a ponto de exercer essa virtude
com muita graça e compaixão.
Lembro-me de uma irmã em Cristo
que organizava de vez em quando alguns Chás na casa dela. Ela nos mandava
mensagem nos convidando para esse chá. Ela pedia emprestado algumas louças e
cada uma de nós levava algum prato de comida. Quando chegávamos lá. Ela nos
recebia com muita alegria, cantávamos alguns louvores, tinha uma palavra aos
nossos corações e depois orávamos umas pelas outras, depois comíamos, trocávamos
experiencias, e encorajávamos umas as outras. Era algo informal, não planejado
que simplesmente brotava de seu coração e abençoava a todas nós!
Temos perdido muitas
oportunidades de fazer o bem a outros. Isso tem incomodado minha alma. Não sei
como anda sua vida em relação a esse tema. Mas creio que a maioria de nós tem
esquecido desse dever cristão, por estarmos sufocadas com nossos problemas e
rotinas.
A vontade de Deus para nós
cristãos não é algo opcional. Como diz o apostolo Paulo em 1 Cor 9.16 “pois me é imposta essa obrigação; e ai de
mim, se não anunciar o evangelho”.
Por tanto, aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete
pecado. Tiago 4.17.
Sejamos,
pois, hospitaleiros, pois essa é a vontade de Deus!
* Trecho extraído do artigo, Hospitality is War, Desiring God.