A Guerra Da Hospitalidade

Por Liliani Modesto - julho 28, 2018



Tenho sido muito incomodada pelo Senhor acerca desse assunto. Diferente do que pense, até o presente momento, minha nota em hospitalidade seria zero se fosse medida.

A hospitalidade deve ser um dos frutos produzidos pela fé, uma vez que a falta dela prova o nosso egocentrismo, nossa soberba, nossa preguiça e muitas outras coisas.

Nosso lar deve ser um local onde as pessoas – tanto nossos irmãos na fé, como todos os que nos conhecem – sejam auxiliados e encorajados em suas necessidades. Deve ser um ambiente onde a generosidade seja plenamente exercitada.

A Escritura fala sobre hospitalidade no antigo (Êx 22.21) e no novo testamento (Hb 13.1,2); principalmente pela necessidade que havia na época de abrigar cristãos viajantes (estrangeiros/forasteiros) que muitas vezes eram expulsos de suas terras por seguirem a Deus. Pois, se não houvesse esse cuidado por parte de outros cristãos muitos morreriam de fome ou por serem capturados.

Não abordarei a questão de hospedar pessoas completamente estranhas em nossa casa, até porque em nosso contexto atual, com a violência multiplicada, isso soa no mínimo “arriscado”. Falaremos apenas da essência da Hospitalidade.

Lendo sobre esse assunto, achei uma citação muito interessante.

O pastor Chade Ashby falando sobre hospitalidade* disse: Que Deus tem o hábito de fazer guerra com “armas estranhas”. Ele castigou o Egito com rãs, mosquitos e furúnculos. Ele derrotou o exército Midianita com as panelas de barro e tochas de Gideão. E por fim, derrotou o pecado utilizando-se de uma árvore (cruz). Por isso não devemos nos surpreender que ele nos convoque a pegar xícaras, talheres e guardanapos para trabalhar para o reino dele.

Não é incrível!? Deus faz com a proclamação do evangelho e a edificação da igreja, aconteça onde estivermos e com os recursos que tivermos.

Mas veja, a hospitalidade é intencional!

Não se trata de abrir nossa casa e dar lugar a murmurações, questionamentos maliciosos e conversas simplesmente aleatórias.

Se trata de uma reunião intencional, que no fim deve resultar numa edificação mútua.
Em um contexto social tão atarefado é comum que depois de uma semana intensa de trabalho você queria focar na sua família. Pegar seu carro ou um ônibus e simplesmente sair. O que não é nenhum pouco errado. Mais você já pensou em usar um desses momentos para abrir as portas da sua casa para abençoar outra pessoa?

Isso é tão difícil! Simples, mas difícil!

Uma série de desculpas vem a nossa mente. Isso porque a hospitalidade não tem haver apenas com abrir nossa casa, isso é a consequência final. A hospitalidade primeiramente começa pelo amor ao próximo. E isso, caro leitor, não é algo que habita em nós naturalmente, isso na verdade vem com muita oração. A hospitalidade é sim um dever cristão, mas o amor pela hospitalidade não é um dom natural. Somente pela oração Deus inflamara nossos corações com um amor intenso a ponto de exercer essa virtude com muita graça e compaixão.

Lembro-me de uma irmã em Cristo que organizava de vez em quando alguns Chás na casa dela. Ela nos mandava mensagem nos convidando para esse chá. Ela pedia emprestado algumas louças e cada uma de nós levava algum prato de comida. Quando chegávamos lá. Ela nos recebia com muita alegria, cantávamos alguns louvores, tinha uma palavra aos nossos corações e depois orávamos umas pelas outras, depois comíamos, trocávamos experiencias, e encorajávamos umas as outras. Era algo informal, não planejado que simplesmente brotava de seu coração e abençoava a todas nós!

Temos perdido muitas oportunidades de fazer o bem a outros. Isso tem incomodado minha alma. Não sei como anda sua vida em relação a esse tema. Mas creio que a maioria de nós tem esquecido desse dever cristão, por estarmos sufocadas com nossos problemas e rotinas.

A vontade de Deus para nós cristãos não é algo opcional. Como diz o apostolo Paulo em 1 Cor 9.16 “pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho”.
Por tanto, aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado. Tiago 4.17.

Sejamos, pois, hospitaleiros, pois essa é a vontade de Deus!

* Trecho extraído do artigo, Hospitality is War, Desiring God.

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1 comentários

  1. Uau! Acabei de ser despertada sobre o verdadeiro significado da hospitalidade. Sempre achei que era um dom que alguns tinham. A verdade é que realmente o "sufocamento" da rotina tem me feito perder o olhar para o que é minha missão. Deus a abençoe por trazer esse entendimento ao meu coração. Obrigada Lili. Com carinho, Renata Catrinque. Ah! Vamos marcar uma reunião de mulheres, no estilo citado no texto ;)

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